domingo, 7 de novembro de 2010

Páginas amarelas despedem 78 trabalhadores | Esquerda

Páginas amarelas despedem 78 trabalhadores

Cerca de 100 trabalhadores protestaram, esta quarta-feira, frente à Portugal Telecom contra o processo de despedimento colectivo em curso. Em 2011, a redução de custos será de cerca de 22%.
ARTIGO | 28 OUTUBRO, 2010 - 17:35

Desde 2005, já foram despedidos 144 trabalhadores. Até ao final do ano, serão despedidos mais 78.
A vigília dos trabalhadores das Páginas Amarelas, SA, empresa pertencente à Portugal Telecom (PT), que detém 25% das acções, e ao consórcio belga Truvo, que detém as restantes acções – 75%, estava marcada para as 18h e chegou a prolongar-se até cerca das 21h30m.

Os cerca de 100 trabalhadores concentrados à porta das instalações da PT, no Fórum Picoas, manifestaram o seu repúdio perante a intenção da administração das Páginas Amarelas (PA) de avançar com um processo de despedimento colectivo, já a partir de dia 2 de Novembro, que abrange 78 trabalhadores. Para 2011, a administração das PA prevê uma redução de custos de cerca de 22%.

Processo pouco transparente

O processo de despedimento tem sido conduzido de forma pouco transparente. Os trabalhadores têm sido contactados individualmente pelo Director da PA de forma a negociar a rescisão dos contratos, tendo por base a aplicação de um rácio de 1,2 vezes o valor do salário por cada ano de trabalho.

A forma de cálculo proposta pela administração não tem em conta os subsídios e outros benefícios recebidos pelos trabalhadores e também não prevê, entre outros, o direito ao Seguro de Reforma dos trabalhadores com menos de 50 anos, que resulta das suas contribuições.

Os trabalhadores que não aceitam as condições propostas são alertados para o facto de virem a ser englobados num processo de despedimento colectivo que terá condições menos favoráveis.

A Comissão de Trabalhadores (CT) tem sido, inclusive, pressionada pela administração para dar o seu aval às negociações em curso, no entanto, a CT, considerando que não estão a ser cumpridos os procedimentos previstos por lei para um processo de despedimento colectivo, aguarda a formalização da fase de negociações, de forma a não prejudicar o seu poder de negociação, em detrimento dos interesses dos trabalhadores.

Precarização da Páginas Amarelas

A rescisão de contratos com trabalhadores tem sido justificada, ao longo dos últimos anos, com a necessidade de reestruturação, face à aposta nas novas plataformas de acesso a informação, e da consequente implementação de uma nova estrutura organizacional.

Apesar de a empresa afirmar que as novas oportunidades de negócio têm menos exigências a nível de recursos humanos, a verdade é que a PA continua a recorrer ao outsourcing e a trabalho temporário, sendo que o número dos trabalhadores abrangidos por estas formas de contratação é superior ao número de trabalhadores efectivos agora sujeitos ao processo de despedimento.

Esta realidade leva a suspeitar que exista uma tentativa de substituir os trabalhadores efectivos por trabalhadores precários, mais facilmente submetidos aos ditames da empresa.

Desresponsabilização da PT

Uma delegação de trabalhadores foi recebida, na quarta-feira, pela administração da PT. Durante esta reunião, que durou cerca de hora e meia, os responsáveis pela PT afirmaram ter votado, no conselho de Administração das PA (constituído por 2 membros da PT, 2 da Truvo e 1 independente) contra o processo de despedimento, não tendo tido, no entanto, direito de veto nesta matéria. Apesar da administração da PT se ter comprometido a contactar o director das PA, ficou claro que esta afirma não ter grande margem para negociar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Supermercados A.C.Santos



Mesmo no prédio ao lado do meu, existe um supermercado da A.C.Santos, Lda.
Por comodísmo, vou lá quase todos os dias. É mesmo aqui em baixo. Mas o comodismo não me sai barato, porque os preços lá praticados são significamente mais altos que em qualquer outra rede, por aí anunciada.
Em tantos anos fui-me dando conta de diversas situações que ocorriam com as condições de trabalho das funcionárias. Por exemplo, num feriado (julgo que num 1º de Maio), o super mercado estava aberto e perguntei a uma das funcionárias se nunca fechavem. Ela respondeu-me que só fechavam no dia de Natal e que somando todas as horas que trabalhavam "mais dias que aqueles que um ano tem".
Tenho-me dado conta, também, que o número de empregadas é profundamente insuficiente.
Chegou até ao ponto de a empregada que estava na caixa, ter de vir a correr à padaria, quando um cliente tocava à campaínha. A mesma e única empregada, estava, assim, de serviço à caixa e à padaria.
Hoje ao regressar a casa deparei-me com uma pequena manisfestação de trabalhores que me entregaram um folheto e que eu, faço questão, de aqui divulgar

segunda-feira, 5 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

HOJE, ONTEM, HÁ TRÊS DIAS ATRÁS PERDI UM AMIGO

Hoje, ontem, há três dias atrás perdi um amigo.

Não porque tivesse deixado de sentir amizade por ele ou porque ele tivesse deixado de sentir amizade por mim, mas porque ele acha que eu o desconsiderei, que não fui suficientemente atenta, que não o respeitei, que não fui solidária com ele.

Não sei bem se foi isso tudo o que aconteceu, mas sei que é isso que ele sente e, só facto de o sentir me entristece, me faz sentir mais pobre, me faz sentir mais magoada, porque ele se sente magoado, eventualmente, mais pobre e, eventualmente, triste.

Não consigo dizer “quisera voltar atrás”, porque nunca se volta atrás, nem nunca se consegue apagar o já feito. O que foi feito, feito está.

Quisera encontrar melhores palavras para retratar a dor, mas a dor não me deixa.

Quisera encontrar melhores palavras para lhe dizer “desculpa”, mas desculpa só se escreve e diz desta maneira. Não tem mais sílabas, nem os seus substitutos a melhoram, a enriquecem e a fazem tornar-se mais, melhor ou maior “desculpa”

Hoje, ontem, há três dias atrás perdi um amigo.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Fernado Pessoa


A felicidade exige valentia.
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Assédio Moral en Tempos de Cólera

Assédio moral em tempos de cólera

o número
de situações
de mobbing
aumentam com a crise.

Na Páginas
Amarelas, 0 processo
de reestruturaçao
tem motivado
ameaças
contra
trabalhadores e o
absentismo cresce


Textos JOANA MADEIRA PEREIRA


A jornalista tentou indagar sobre os
motivos daquela reunião, a 4 de Dezembro.
Desde as 17 horas dessa sexta-feira,
uma centena de trabalhadores da
Páginas Amarelas reunia-se à entrada
da sede, na avenida D. Joao II, em Lisboa.
Nao obteve respostas. Ninguém estava
disposto a contar que se tratava de
uma vigília de solidariedade pelos 97 colaboradores
a quem, no dia 17 de Novembro,
tinha sido proposta a resciçao
dos contratos laborais por mútuo acordo,
numa das ondas de reestruturação
que, desde 2005, varrem a empresa.
No meio das conversas, percebia-se a
indignação contra a direcção da empresa,
que procurava demover os trabalhadores
de se reunirem. Nessa altura, já
16 colaboradores tinham rescindido
contrato. Os outros não se conformavam
com as condições oferecidas, apesar
do apoio psicológico e do programa
de outplacement (recolocão profissional)
oferecido no pacote da rescição: 1,2
salários por cada ano de casa, calculado
sobre o ordenado-base. Na anterior
reestruturação, em 2007, as indemnizações
tinham chegado aos 2,2 ordenados
por ano de trabalho e os trabalhadores
nao iriam vergar-se por menos.
Sabiam o que os podia esperar. Em
2007, os processos disciplinares sucederam-se
a quem se mostrava descontente
com a reestruturação.
Quatro gerentes de equipa, da área de
vendas do Porto, foram despedidos por
justa causa depois de terem criticado o
corte nas regalias, que incluía a redução
ou a eliminação
dos prémios de produtividade.
Foram reintegrados na empresa
por ordem do Tribunal de Trabalho
e a Páginas Amarelas colocou-os no
escritório de Rio Tinto, na angariação
de novos c1ientes. Neste momento, trabalham
ai sete pessoas, quase todas
com processos.em tribunal e poucas tarefas
lhes são atribuídas.
Por isso, na vigília de Dezembro, não
quiseram falar com o Expresso, com
"medo que as coisas pudessem piorar",
explica um trabalhador que agora já não
se cala. Desde essa tarde, segundo a empresa,
cerca de 60% dos trabalhadores
referenciados rescindiram contrato e,
entretanto, para o final deste ano, foi
anunciada nova vaga de despedimentos,
que chega às quatro dezenas.
Os trabalhadores preparam-se para o
pior, pois já prevêem novas ameaças de
despedimento colectivo. Numa primeira
fase, foram dispensados do horário
laboral e mandados para casa. Aos poucos
regressaram e a direcção da Páginas
Amarelas impôs-lhes acordos de nomeação
interina. por um período de
seis meses, 0 colaborador desempenha
novas funções ou as mesmas que, anteriormente
desempenhava e, não tendo nota positiva
na avaliação, reintegra novamente o
processo de reestruturação.
Outros colaboradores foram colocados
em novos departamentos e na "dependência
de chefias intermédias que
controlam a hora de chegada e de saída
ao minuto, o número de idas a casa de
banho e ao cafe". Ha quem tenha sido
recolocado, sozinho, numa sala desactivada
onde anteriormente trabalhavam
várias dezenas de pessoas e há quem tenha
ficado sem telefone na secretaria.
Absentismo atinge picos
Detida pela PT % em 25% e pela belga
Truvo (75%), a Paginas Amarelas tem
cerca de 450 colaboradores e está a redireccionar
a sua actividade, passando
de uma empresa de impressão para a
Internet. Segundo o director-geral, Jose
Lema, "actualmente, 60% das suas
receitas provem dos produtos de Internet,
Mobile e GPS. Algumas das funções
anteriorrnente necessarias ao negócio
tornaram-se redundantes".
Parte dos serviços, como o departamento
de informática, esta a ser centralizado
na Belgica, "de modo a capitalizar
economias de escala", o que "exigiu
ainda a eliminação de postos de trabaIho
redundantes ao nível das vendas",
explica Jose Lema que, em Março,
anunciou a sua saida para a direcção de
marketing na central de operações da
Truvo, mas ainda não conseguiu arranjar
substituto.
Confrontado com as acusacões, o gestor
confirma que ''durante as negociações,
os colaboradores foram temporariamente
integrados em funções alternativas",
mas não concorda com os números
que dão conta de um aumento
significativo dos casos de baixa médica.
Se em Outubro de 2009, a média andava
pelas 30 baixas mensais, após o
anúncio dos despedimentos são entre
45 e 55 as pessoas que, mensalmente,
estão de baixa. Limita-se a dizer: "Relativamente
a possiveis casos de baixas
psiquiátricas.o nivel de absentismo entre
os colaboradores envolvidos nesta
reestruturacão manteve-se igual ao
que se registava anteriormente. Na medida
em que os profissionais médicos
nao comunicam à empresa a natureza
da doença que leva à baixa medica, a
empresa não tem bases para comentar
este tema".
Fonte da empresa garante que, "todos
os dias se conhece o caso de alguém
que ficou em casa. E não são apenas
os trabalhadores que estão no processo
de reestruturacão", revela. Aliás,
num dos varios documentos a que o Expresso
teve acesso mostra que o absentismo
por baixa médica, naquela organização.
subiu drasticamente a partir
de 2007: de cerca de 34 mil horas de
ausências para quase 72 mil, em 2008.
As ausências por doença já representam
cerca de 80% do absentismo.
"0 nível de absentismo subiu notoriamente
nos últimos dois anos, muitos colegas
recorrem a medicação para se defenderem
diariamente do stresse, da ansiedade,
das pressões e das depressões.
Nalguns casos viveram-se mesmo situações
dramáticas, com consequências
muito graves quando não sem reparação,
pode ler-se num relatório da Comissão
de Trabalhadores de 2007.
0 nome ainda assusta muitos ou é desconhecido
de outros mas segundo Fausto
Leite, especialista em Direito do Trabalho,
os processos em tribunal por assédio
moral ou mobbing, "dispararam
nos ultimos anos". 0 mesmo tem acontecido,
diz, em relação "a todos os crimes
•laborais". Não se sabe ao certo o
número, ja que 0 Ministério da Justiça
diz que "nao dispõe de dados com o
grau de detalhe pretendido, nao sendo
possivel identificar o contexto em que o
crime foi praticado".
Também a Autoridade para as Condições
de Trabalho (ACT) refere que os
seus dados "não reflectem a dimensão
do problema em Portugal" e avança alguns
números que dizem respeito apenas
às situações "em que se comprovou
a existência de assédio e em que o empregador
foi inspeccionado. 0 número
de queixas seria, porventura, muito
maior"; em 2008, foram três as situações
de assédio moral detectadas pela
ACT, um número que disparou para 16,
já em 2009. Este ano, por enquanto, fica-se
por uma ocorrência comprovada.
A crise explica a maior incidência dos
casos: “E a altura certa para as empresas
se livrarem das pessoas mais velhas,
mais experientes e que são, também, as
mais caras. São sobretudo essas “as vítimas
da crise", explica o advogado. Nas
grandes companhias, “as técnicas de
humilhação sao mais refinadas. Nas micro
e pequenas empresas, o assédio é
mais pessoal, às vezes mais doloroso",
refere. Mas, no essencial, as práticas repetem-se:
a restrição da liberdade do
colaborador, 0 seu isolamento e a desconsideração
pelo seu trabalho.
António de Sousa Uva, professor universitário
e especialista em Medicina
do Trabalho, diz que "em Portugal, 4%
a 5% dos trabalhadores são vitimas de
mobbing". Um valor que anda longe
dos 17%, apontados aos países nórdicos.
As consequências são nefastas: "Um
quadro de assédio desencadeia síndromes.
depressivos e distúrbios de ansiedade
insanáveis", refere.
economia@expresso.impresa.pt

sábado, 19 de junho de 2010

Nova consciência

Mensagem sem mensagem


Tanta coisa para dizer, tanta coisa para partilhar e tal como se de uma tela se tratasse, aqui estou de pincel em punho sem saber onde colocar o primeiro apontamento de cor, onde dileanar o primeiro traço, como exprimeir o primeiro pensamento na palavra ou na cor.

Várias emoções me atravessam. A minha gata que se chama "Gata" está doente. Tem 17 anos. Tal como diz a veterinária, muito docemente, já tem direito às doenças todas. Já tem direito às doenças todas? Isto fez-me pensar em algo que há muitos anos alguém me ensinou. O corpo não morre porque está velho. O corpo morre porque já não capacidade para albergar o espirito que, entretanto e ao longo da vida evoluiu e ganhou uma dimensão que o corpo fisico já não consegue albergar, entrando, assim, em colapso.

Morreu Saramago. Uma enorme perda para nós. E para ele terá sido? Confesso que hesitei em escrever a pergunta. Ele profundamente ateu que só considerava haver sacralidade na palavra e na forma como, a pouco e pouco, os humanos a aprendiam a usar. Ele ateu, mas a sacralidade das suas palavras ficará para sempre para nós, os que se sentiram tocados por elas. As suas personagens, as estórias fantásticas que nos contou que tanto nos fizeram emocionar, reflectir e até alterar comportamentos

O MEU MUITO OBRIGADO AMIGO. Vai em paz. Deixaste-nos um legado ímpar.